domingo, 13 de dezembro de 2009

mensagem no Natal de 2009


Natal
(de Miguel Torga)
Leio o teu nome
na página da noite:
Menino Deus...
e fico a meditar
no milagre dobrado,
de ser Deus e menino.
Em Deus não acredito.
Mas de ti como posso duvidar?
Todos os dias nascem
meninos pobres em currais de gado.
Crianças que são ânsias alargadas,
de horizontes pequenos.
Humanas alvoradas...
A divindade é o menos.
(mas eu que acredito...a todos desejo uma "GRAÇA" do Menino Deus).

sábado, 28 de novembro de 2009


Muitas vezes o ouvi dizer:
-Este ano não vou poder ir á abertura das perdizes...
Olhava para ele, ficava a pensar, mas nunca me convencia...
Teimoso,
persistente,
rija têmpera
homem de antes quebrar que torcer,
Já a caminho,
encontro com os amigos de tantos anos de caça para o pequeno almoço.
As madrugadas cinzentas.
O frio que entra nos ossos.
E ao longe um tímido mas promissor tom rosado no céu.
Partida.
Chegada.
Soltar os cães
que estão tão ansiosos como os seus donos!
Numa atenção que usa todos os sentidos,
o cão marrado aponta a perdiz que levanta.
O caçador dispara.
e... aqui está o troféu conseguido!


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O meu novo relógio de cozinha


Ficou bem na parede.
Combina com os móveis brancos.
Trabalha acertadinho.
Mas...enquanto olhava para ele,
reparei na velocidade como circulava,
o ponteiro dos segundos!
Impressionou-me a sua rapidez
a devorar um minuto!
Nunca tinha considerado
como o tempo corre,
sem eu dar por isso...
Fiquei a aparafusar,
que vou ter de tomar uma decisão:
Ou arranco o ponteiro para meu sossego,
ou sensatamente,
vou dar mais importância
ao uso que faço do meu Tempo!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

tarde de chuva


Nesta tarde de chuva,
de braço dado,
sob o guarda-chuva de abas largas,
caminhamos os dois.
Em silêncio,
devagar,
sentindo a presença do outro!
Aguardei paciente,
que a inspiração chegasse,
e, me ajudasse a saber dizer-te,
tudo o que o passado me inspirou.
Não consegui.
Apenas senti, um dia de chuva com poemas de lembrança!

sábado, 31 de outubro de 2009

fotografado pela Teresa

Nunca em nenhum momento
se pode concluir
que definitivamente
tudo terminou!
Este tronco de árvore
cuja folhagem nos inundou de sombra,
num inverno rigoroso caiu!
Fez-me falta,
com que saudades o recordo!
Serrada por mão de jardineiro,
parecia ter acabado sua missão.
O fogo de alguma lareira o consumiu.
Senti o estremecimento de morte na Natureza!
Naquele dia um raio de sol assestou nele,
e, eu vi que o tronco se transformara na graça de uma flor.
Como quem diz:
- Estou aqui,
quero viver,
ainda sinto o coração bater!
Quero ser para ti uma flor...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Olá!
Peço licença para me apresentar.
Sou uma cadelinha pura raça beagle.
Vieram-me buscar e eu brincava ainda com os meus irmãos.
A minha mãe estava preparada para me ver partir, mas eu não.
Senti quando me pegaram ao colo,
num jeito como quem pega em bébé-pessoa,
que não me iria arrepender de mudar de vida!
Passei de colo em colo,
levei beijos,
mãos ternurentas desciam pelas minhas macias orelhas,
e, todos me aceitaram, porque me queriam levar mesmo com eles!
Hoje vivo numa linda casa, de chão encerado, o que me faz escorregar.
Em todo o lado encontro coisas esquisitas, que nunca tinha visto,
mas que é gostoso tricá-las com os meus dentes afiadinhos!
Sinto-me bem neste jardim cheiinho de flores e relva verdinha,
e, onde ás vezes borboletas passam diante do meu focinho!
Prometo, palavra de cão leal,
que nunca se irão arrepender de me terem escolhido.
Serei enquanto viver, um dedicado companheiro.
Acreditem.

terça-feira, 1 de setembro de 2009


P'ra cada um dos meus filhos,
tomei em minhas mãos, um punhado de terra,
deitei-lhe uma semente do arbusto da Esperança.
Conservei-a fresca,
sem descanso,
até criar raízes.
Cerca-me por todo o lado o silêncio da prece:
- Possam meus filhos sentir,
no fundo dos seus corações,
a força encorajadora
que emana das tenras folhas verdes!

domingo, 30 de agosto de 2009

Assim se desliza na corrente da Vida.
Achados por acaso,
jamais amarrados
mas flutuando juntos
p'ra sermos capazes de nos amar,
sem nos perdermos pelo tempo.

Na estreia da viagem já o sentíamos,
que...um...precisa do outro!

domingo, 23 de agosto de 2009

Um cantinho meu...


A minha casa é feita de muitos cantinhos, montados por mim, e que revelam a minha forma de ser.
Em vez de tirar do bolso, eu tiro do meu coração, qualquer coisa que me transmita sentimentos que me são queridos.
Neste canto onde me sento muitas vezes, pousei uma fotografia do casamento de meus Pais, que muito me deram, enquanto viveram, e, que eu sempre tentei transmitir a meus filhos, estes três rebentos, cuja fotografia me faz lembrar, tudo aquilo que eu não quero esquecer.
É importante sentir há minha volta, uma espécie de conchego, que me permite entrar em casa, não ver só paredes com quadros, escadas enceradas e vários quartos. Tenho que respirar uma emanação muito definida que me faz gozar uma Paz!

Nuvens, quando existem, como na natureza, só enfadam se nos tapam o sol!

sábado, 1 de agosto de 2009

Capela do Senhor da Pedra



Que lindo e inesperado,
ver surgir como quem saiu do mar,
esta capelinha airosa,
bem tratada,
amparada pelas rochas,
convidado-nos para uma pausa no nosso passeio a pé!
Que perfeito encontro entre a beleza deste mar rochoso,
e, a ingenuidade de um local de culto,
que não serve só a Deus...
Aqui se vive também,
muita crendice popular!


O importante está,
assim penso,
na paz que cada um encontra,
no caminho que escolhe e acredita!

domingo, 28 de junho de 2009

Utopia


Eu queria,
com jeitinho pegar no sol
e colocá-lo onde me apetecer...
Ter a certeza,
que amanhã posso projectar uma ida a qualquer lado,
e levar o sol comigo!
Convidar a companhia que eu mais aprecio,
deitarmo-nos confortávelmente na relva verde,
colocar as duas mãos debaixo da cabeça,
e sem necessidade de falar,
(porque o mesmo sentimos)
deixar que o sol nos aqueça,
e por deleite saboreá-lo de olhos fechados.
Há momentos na Vida
em que queremos que dois sejam um só!
E...
consegue-se!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Jardim inventado

Houve um tempo,
em que era fácil ter,
sem rima e sem razão,
uma flor arrancada ao mundo da nossa imaginação!
Julgava eu,
sim,
que o meu mundo secara,
e as flores não passavam de recordações perfumadas!
Afinal, quando Deus criou o mundo,
prevendo a dor de ilusões perdidas,
deu-nos um meio de reaver as flores murchas...
Usar o jeito e a arte que nos legou
e inventarmos o nosso jardim,
sem esperarmos por uma manhã de Primavera!

sábado, 13 de junho de 2009

Coisas da minha neta Rita...


Há dias fui buscar ao colégio a minha neta Rita de 4 anos.
Sempre aos saltinhos,
carregando a mochila cheia de objectos variados,
mas que tinham o valor de autênticos tesouros indispensáveis...
não se calava nem por um segundo!
Ás tantas, arregalando aqueles olhos expressivos
ergueu para mim a sua cara em formato de "bolacha Maria",
e num tom de situação estranha, diz-me:
- Sabe Avó, hoje vi no passeio um sapato sózinho, sem pessoa!
O que me divertiu!
Nada lhe escapa,
tudo a preenche...

mais um encontro com Miguel Torga


Quietude



Que poema de paz agora me apetece!
Sereno,
transparente,
a sugerir somente
um rio já cansado de correr,
um doce entardecer,
um fim de sementeira.
Versos como cordeiros a pastar,
sem o meu nome, em baixo, a recordar
os outros que cantei a vida inteira.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A minha cadela Cuca


Foram 13 anos de uma doce companhia.
Em cachorrinha sempre bem comportada,
inteligente,
meiga,
obediente.
Companheira eficiente de marido e filho caçadores,
nunca deixou de lhes trazer a caça derrubada.
Os netos gostavam dela, porque era muito calma e cautelosa.
Passamos bons serões á lareira
e tinha a habilidade de chegar primeiro,
e escolher o melhor lugar!
Adoeceu.
Sabia que devia honrá-la com um fim digno.
De manhã cedo levei-a ao veterinário de sempre,
e enquanto lhe fazia festas na cabeça,
já com as lágrimas a perturbar-me a vista,
senti o seu fim...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

permanecer ...no amor!

Aconteceu.
Um dia o encontrei,
e em mim ficou...
Mais tarde um sentimento surgiu,
sem eu saber que aquilo era amor!
Os anos foram passando,
e aquele sentir
agarrado em mim como hera em tronco de árvore,
deu sempre uma enorme frescura á minha vida!
Assim permanecemos
até ao cair da folha...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

descongestionar a nossa Vida!


Há um dia,
em que sentimos
que o melhor,
é dirigirmo-nos ao super-mercado próximo,
pedir com um sorriso
uma série de caixotes de cartão.
Trazê-los debaixo do braço para casa.
Em seguida,
sem critério,
decididamente
e sem pensar muito,
atirar lá para dentro,
tudo aquilo que está a mais à nossa volta.
Ocupa espaço e acumula pó.
Dar-lhe sumiço!
Ficaremos com mais espaço para usar,
o que nos é realmente útil!
Boa receita
para as várias situaçôes da nossa Vida!

sábado, 25 de abril de 2009

fim de tarde...


Ao entardecer
abria as janelas de par em par.
Logo o vento sem cerimónia,
empurrava as cortinas
que entravam na sala...
e
as hortenses num sorriso aberto,
deixavam-se embalar
por aquele vento leve que trazia cheiro a mar!
Sentado ao piano,
tocava Chopim.
tudo esquecia num deleite apaziguador!
No jardim em redor da casa de persianas azuis,
os vizinhos aproximavam-se,
sentando-sa aqui e ali,
para ouvir aqueles nocturnos,
que se espraiavam no espaço florido,
como marés tranquilas espreguiçando-se!
Eram momentos que não se esquecem...
Nunca!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Saber ouvir...

Há lá coisa mais dificil do que saber ouvir?!
Ser capaz de não abrir a boca
para contrariar.


Encontrar em si a capacidade de reconhecer,
que há verdade no que se ouviu!
Como é dificil...


Então foge-se
com a desculpa de que se vira as costas,
para não discutir...


Gostava se saber
quando serei capaz de olhar nos olhos quem me falou
e dizer:
- Tens razão. Obrigada.


Ainda não findou o dia...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

BOA PÁSCOA...

SALMO 168
Deus de todas as manhãs
e Senhor do entardecer,
Deus do princípio da Vida
e da Hora em que ela mergulha na cor,
no quente,
no silêncio,
na aparência de abismo que fica do outro lado do traço fino
que despede os nossos olhos,
onde o abismo se torna começo
e o poente manhã...
do outro lado do mundo,
do outro lado de nós...
Deus de todas as manhãs e Senhor do entardecer...
meu Senhor e meu Dono...
minha Paz...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Cerimónia do chá


O salão de chá tem uma dimensão certa e posição determinada das tábuas do soalho.
O dono do salão quando recebe clientes,
é ele próprio que põe a água a aquecer no fogareiro (que dantes era a carvão, mas veio sendo substituido por gáz) não chega no entanto a ferver a água.
Sempre com movimentos muito lentos e precisos, primeiro desfaz o chá, que é um pó amarelo vivo, no prato de beiras altas, com um pincel. Então deita aos poucos a água do bule no prato, deixando transbordar a mistura para outro prato de apoio, e, muda novamente a mistura para o bule, Não sei para quê isto!? Será para mostrar fartura!?
Serve então as senhoras, primeiro a mais nova, que vai passando a xícara duma para a outra, até chegar á mais velha, As xícaras são apresentadas com a decoração virada para as senhoras - (suponho que o mesmo procedimento para o homem - ).
Tudo no meio de muita vénia em cada movimento. Quando recebe a xícara, pega-lhe com as duas mãos, olha para a decoração, vira-a para o dono da casa, para mostrar que gostou do desenho. e, depois é que prova, com mais uma vénia de cada um.
Tudo se passa de joelhos, num determinado sítio da sala. Tanto os hóspedes como o dono tomam posição nos espaços marcados no chão pelas divisões do soalho. Reparei que enquanto as mulheres se apoiam no peito dos pés, o homem equilibra-se sobre os dedos dos pés e põe as mãos nos joelhos, com os dedos virados para a parte de dentro das pernas. Tudo muito ... muito lento!
Para os orientais deve ser um bom momento, para os ocidentais tanta demora, dava logo para uma reclamação, ou fugiriam desistindo do chá...
(desenho e descrição da cerimónia do chá feito pela minha amiga Joana Mota)

domingo, 29 de março de 2009

Espera no veterinário...

(Joana Mota)

Duas senhoras bem -apessoadas encontram-se numa sala do veterinário.

Uma mais perliquitetes apertava nos braços um dengoso gatinho.

A outra mais calmeirona tinha no colo um cão, que se percebia que era cachorro ainda, pois insistia em cheirar e desafiar o gato para brincadeira.

A dona do gato vendo as investidas do cachorro, começou a ficar nervosa, e defendia o bichano das investidas do cão. Não deixava no entanto de lançar uns olhares aterrados à sua parceira, que afagando o lombo do cãozinho, interiormente, ia-se divertindo com a cena!

Realmente a diferença de tamanho era evidente...

A dona do gatinho começou a suspirar, mexendo-se na cadeira e a lançar uns olhares agastados para a plácida senhora do cão.

Esta olhando para o seu cachorro grandalhão e para o gatinho pequenino e fofinho, quiz fazer graça, e diz:

-Não se preocupe, o meu cão já tomou hoje o pequeno-almoço.

Um sorriso amarelo espalhou-se no rosto da dona do gato, que mesmo assim afastou a sua cadeira e não viu o ar de troça e sem piedade da companheira!

Conversa a dois...

(Joana Mota)



Sabes meu filho, vim a correr para a cama, aninhei-me a teu lado, entre os lençóis a cheirar a talco perfumado, para conversar um bocadinho contigo.

Como é bom olhar para ti e saber que saíste de mim!

Não há sensação mais poderosa na Vida, do que a sentida, quando te damos ao mundo!

Achamos que serás uma coisa muito nossa.
Pensamento errado por ignorância!
Temos que perceber cedo, que a nossa missão, é preparar-te para as exigências do mundo. Quanto mais independente te soubermos criar e educar, mais felizes seremos.
Tu e nós.
Tu serás mais forte,
e nós dormiremos mais tranquilos...

Mas neste preciso momento, deixa-me respirar o teu cheirinho a sabonete, ouvir o teu palrar, e...aguentar o apertão que deste ao meu nariz!



segunda-feira, 16 de março de 2009

estes bons momentos!


Uma "crença" da minha neta de 4 anos
A minha filha num momento em que enchia de mimos a Rita, disse:
- Ó minha pequenina porque não fica sempre assim desse tamanhinho!?
e ... outro beijo.
No dia seguinte a Rita diz:
- Sabes Mãe eu cresci.
- Cresceste!?
- Cresci. Ontem quando me fui deitar, lavei os dentes, deitei-me na cama, puxei a roupa toda, toda, para cima da cabeça, tapei-me, estiquei-me com força e cresci. Vês?
Naquela cara estampava-se uma orgulhosa certeza!
Na da Mãe ... um sorriso divertido e mais uma vez pensou:(que idade tão fabulosa!)

domingo, 8 de março de 2009

bem pode esperar...

(J.Mota)



Era ali naquele riacho
que ele gostava de se isolar de todos e de tudo
entregava-se aos seus sonhos
simples e ingénuos
como criança doce.
O que era sombrio
problemático
deixava afundar e seguir no curso do riacho.
Ali na frescura da água e no som do seu cantar
por entre as pedras lavadas
olhar absorto pousado na cana
esperava que o cair da tarde
que vinha em silêncio
lhe matasse a saudade pungente
dos tempos passados
em que as perspectivas e os sentidos
o tinham enchido de ilusões!

terça-feira, 3 de março de 2009

Aqueles serões...

(J.Mota)
A lareira era indispensável
o cheiro a caruma
e da resina das pinhas espalhava-se no ar
enquanto a música baixinha
escolhida a gosto
deliciava.
Jornais espalhados no chão
(leitura obrigatória, logo esquecida!)
O tempo corria
e imprimiu carácter
àqueles serões...

encontro...

(J.Mota)


os pássaros chegavam
e vinham dos ninhos
desciam do espaço
pousavam na mesa de pedra
ela desfazia entre os dedos
o pão ressequido
que espalhava aqui e ali
e era vê-los bicá-los sofregamente.
O cheiro a maresia entrava-lhe na alma
as flores perfumavam a aragem
que fazia bulir as folhas verdes da árvore.
Tudo era feito com tardança
pois ali se enchia da paz
e da doce harmonia
que lhe matizava a Vida!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Que dizer? Que fazer?

Nunca exprimentei escrever para outros lerem...sou demasiado reservada comigo mesma....como é que vou ter opinião sobre o que eu não cinsigo fazer? Joana

sábado, 14 de fevereiro de 2009

encontradas numa caixa de cartão...no sotão!

Na tal caixa de cartão, atada com fio do Norte, descobri estas bonecas que faziam furor aí por 1930!
Está visto que me atiçaram a vontade de escrever qualquer coisa!
Aí vai...

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- Então maninha não fique aflita. Ninguém vai perceber...
- Pois ... mas o que dirá a Mamã quando vir a jarra toda feita em cacos?
- Dizemos que foi o Bóbi. Saltou...saltou... a mesa tremeu...e a jarra caiu ao chão!
- Não gosto destas mentiras. E, tu não vês o focinho dele virado para nós com aqueles olhinhos desconfiados e tristes!?
- Deixa lá. Damos-lhe a nossa sobremesa, ele fica contente e nós aliviamos esta pena.
- És sempre a mesma sirigaita!
- O que eu sou é muito espertinha. Olá se sou!


Fim

Escandalizando ... para variar!


Diálogo de mulheres
- Vês estreei hoje este vestido.
- Logo vi.
- Porquê?
- Reparei nas tuas saias, são do tamanho das tuas ideias...
- Pois sim, quanto mais curtas mais expressivas.
- Ah! Que horror...
- Pensa lá o que quizeres, mas te garanto que com as minhas saias curtas, não necessito de fazer grandes discursos...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

habilidades

(J.Mota)


eis o que se pode fazer
brincando
sem imaginar bem o que vai sair
o que temos na cabeça
domestica o "rato"
e surge na nossa frente
uma imagem de horas passadas
em frente do computador
à espera que a chuva passe

passeando entre flores

(J.Mota)
olhar as flores
respirar seu aroma
ter pena de as cortar do jardim
passar a seu lado
de mãos dadas
depois
já com os olhos tingidos de suas cores
tomarmos o caminho de casa
sem dizer uma única palavra

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Será?


Há muito...
muito tempo...
tinha eu uma filha pequenina,
que para bulir com toda a ternura
que eu sempre tive para lhes dar.
Quando eu chegava a casa,
costumava sentar-se no chão.
Pernas esticadas.
Braços caídos.
E, fazendo cara mansa, dizia:
Mãe, eu sou o passarinho do terraço!
(será esse "passarinho" que me apareceu no meu..."Céu Azul"!?)

sábado, 31 de janeiro de 2009

Foi assim...


A chuva parou.
Sacudi a água.
Sentia-me só.
Procuraste-me a mão.
Passei a acreditar.
Que o Sol amanhã será nosso!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Continuar a sonhar...


Será que o sonho é apanágio
de quem não pesa a força do avançar dos anos!?
Será que o ter somado alegrias, ilusões e decepções,
conquistas e derrotas,
ver partir com dor
muitos dos nossos companheiros de jornada:
nos rouba a faculdade de ser capaz,
de se extasiar com um tranquilo
e cuidadoso pôr-de-sol,
enternecer-se com o sorriso de uma criança,
seguir com expectativa o crescer da flor do seu jardim,
e reparar que há um vizinho de novo na casa ao lado!?
Eu penso que só quem "se deixa" ser velho
e não aproveita as forças que logra ter.
Não é dono de si
e não tem a sã liberdade
de abrir a janela do seu quarto,
(sonhar que está protegido do resto do mundo),
colocar as mãos postas em concha diante da boca,
e gritar:
Estou vivo...