O salão de chá tem uma dimensão certa e posição determinada das tábuas do soalho.
O dono do salão quando recebe clientes,
é ele próprio que põe a água a aquecer no fogareiro (que dantes era a carvão, mas veio sendo substituido por gáz) não chega no entanto a ferver a água.
Sempre com movimentos muito lentos e precisos, primeiro desfaz o chá, que é um pó amarelo vivo, no prato de beiras altas, com um pincel. Então deita aos poucos a água do bule no prato, deixando transbordar a mistura para outro prato de apoio, e, muda novamente a mistura para o bule, Não sei para quê isto!? Será para mostrar fartura!?
Serve então as senhoras, primeiro a mais nova, que vai passando a xícara duma para a outra, até chegar á mais velha, As xícaras são apresentadas com a decoração virada para as senhoras - (suponho que o mesmo procedimento para o homem - ).
Tudo no meio de muita vénia em cada movimento. Quando recebe a xícara, pega-lhe com as duas mãos, olha para a decoração, vira-a para o dono da casa, para mostrar que gostou do desenho. e, depois é que prova, com mais uma vénia de cada um.
Tudo se passa de joelhos, num determinado sítio da sala. Tanto os hóspedes como o dono tomam posição nos espaços marcados no chão pelas divisões do soalho. Reparei que enquanto as mulheres se apoiam no peito dos pés, o homem equilibra-se sobre os dedos dos pés e põe as mãos nos joelhos, com os dedos virados para a parte de dentro das pernas. Tudo muito ... muito lento!
Para os orientais deve ser um bom momento, para os ocidentais tanta demora, dava logo para uma reclamação, ou fugiriam desistindo do chá...
(desenho e descrição da cerimónia do chá feito pela minha amiga Joana Mota)