sexta-feira, 17 de junho de 2011

Na sombra dos nenúfares

                                                                                                                                (Teresa Ribeiro)

Eu sei que debaixo destes nenúfares se escondem peixinhos vermelhos
e sei porque vi um que surgiu
deu uma guinada
e logo desapareceu...
Continuei na beirinha do lago
sem me mexer, estática,
e num contido silêncio.
Mas peixinho...nenhum!

Não entendo porque não voltou!?

Eu não tinha nenhuma frigideira nas mãos!

Só queria deliciar-me com o bailado do seu flutuar.
Que dava um alegre colorido encarnado,
àquele lago de limo esverdeado!

sábado, 11 de junho de 2011



Nunca tinha visto uma flor assim!
Exótica.
Complicada.
Desconcertante no seu emaranhado!
Pensei nos inúmeros e magníficos pintores da natureza,
mas que nem sempre estão ao meu alcance.
Esta flor estava ali,
parecia à minha espera!
Com cuidado, toquei-lhe com a ponta dos dedos,
não fosse desfazer aquele encanto.

Pensei em Deus Criador.

Não disse uma palavra;
Só a ave cantou oculta no arvoredo...

se eu me sentasse no banco
pousasse a carteira a meu lado
nas traves de madeira apoiasse as costas
cruzasse as pernas 
e lançasse um suspiro,
eu sei o que o se seguiria...

No mesmo instante
a brisa suave do vento
que punha a mexer as folhas verdes e tenras
seria a minha companhia
e nada mais estaria ali comigo...

Naquele lugar tranquilo
uma paz me envadiria
e eu deixava que ela me preparasse
para aceitar
sem reservas:
as lutas
as impaciências
o desânimo
e a pena de sentir a velhice a tomar conta de mim!