As sandálias eram novas a estrear.
Azuis escurar.
Em linho.
Com uma fivela no calcanhar.
Reparei, que enquanto estávamos sentadas no banco de madeira,
várias vezes a vi estender as pernas,
e, fixá-las, virando os pés meio de lado, devagarinho!
Onde estávamos não convinha falar,
tinhamos que estar com atenção ao que se estava a passar.
Terminada a cerimónia,
como sempre, fiquei a conversar com a minha amiga Joana.
E perguntei-lhe: - Lembras-te Joana, há vários anos desenhaste a mãe desta neta!
Acto contínuo, a minha amiga, tirou da carteira, um maço de lenços de papel,
pegou numa esférógrafica,
e aproveitando o gesto,
de quem se tinha baixado,
pousado o joelho em terra, para apertar mais a fivela -(julgo eu!)
fez uns rabiscos, para ver se não esquecia a expressão...
Ao fim do dia mandou-me o desenho,
e...eu não consegui deixar de descrever isto!
Uma desenha como quem respira naturalmente.
A outra escreve como...quem não consegue estar calada!